“THE PLASTIC IDEA CANNOT, THEREFORE, TAKE THE FORM
OF A NATURAL OR CONCRETE REPRESENTATION.”

Piet Mondrian, De Stijl nº 1, 1917

função de xis. Desde 1991

AGÊNCIAS:BBDO, Wunderman Cato Johnson, Strat, Leo Burnett, Uzina, Castafiori, Executive

MARCAS: Danone, Pepsi, Lacoste, Galp, Ericson, Johnnie Walker, Triunfo, Super Bock, Unibanco, Audi, Volkswagen, Fiat, Philip Morris, Longa Vida/Nestlé, Jumbo, Fertagus
Dulce Pontes

Voyeur

SER É SER VISTO.
Arquivo vivo de textos publicados em jornais, revistas e blogues: Ícon (O Independente), colaborador; DEmais (Diário Económico), redactor principal; Status (Semanário Económico), Tango Lisboa e alface-voadora.pt, editor;
co-autor do blog https://patriculaelementar.wordpress.com

Provedor do Otário – V Série

O HUMOR FAZ A LIBERDADE
Provedor do Otário, Figura Pública. Página pessoal em facebook.com/Provedor-do-Otário


HOMEM LIVRE E DE MAUS COSTUMES


JOSÉ XAVIER EZEQUIEL, 1962 – 2042. Redactor publicitário e jornalista.
Frequentou, intermitentemente, a FACULDADE DE DIREITO DE LISBOA, desde 1979. Por teimosia, concluiu a licenciatura em 2009. Ao serviço da Pátria, esteve dezoito meses na Infantaria e foi funcionário público durante mais quatro anos. Em busca de uma vocação tardia, desde 1991 tem trabalhado como COPY em agências de publicidade, nacionais e multinacionais. Começou como copy júnior, chegou a head copy e acabou por se render à precariedade dos recibos verdes. Também escreveu na IMPRENSA durante uma boa meia dúzia de anos, mas percebeu que era uma esquina ainda mais mal afamada que a da publicidade, já que toda a gente fica a saber o nome do autor que abriu as pernas por cada vez menos dinheiro. Nos anos 1980 publicou inúmeros FANZINES e colaborou noutros tantos. Foi bolseiro do Ministério da Cultura, em 1997. Publicou FUTURABOLD 1.0 – um folhetim electrónico hiperfuturista, em 2009-1;   o romance FADOS & DESGARRADOS, em 2007, reeditado em 2021
com o título de FADÁRIOS; e o romance ALTERMUNDO Uma Aventura Tech Noir em 2025.


Organizou, posfaciou e anotou a OBRA COMPLETA DE DENNIS MCSHADE (Dinis Machado), 4 vol., Assírio & Alvim, 2008-09. Entre 2008-10, com o patrocínio da DGLB/Ministério da Cultura e da Fundação Calouste Gulbenkian, dirigiu oficinas de LITERATURA POLICIAL, em várias bibliotecas e de LITERATURAS MODERNISTAS, SURREALISTAS & PÓS, em Almada. Organizou CICLOS DE CINEMA na Margem Sul e pôs música da mais variada em bares da Grande Lisboa. Hoje em dia, só dá música em ocasiões especiais e apenas para bêbados com estudos. E, passados tantos anos, ainda hoje se interroga porque diabo desistiu, assim tão facilmente, de uma carreira sossegada na administração pública. Mas logo a seguir recorda-se do relógio de ponto e a angústia passa-lhe num segundo.

Inverno de 2025 

“HAY HOMBRES QUE NO SE MUEREN. HAY QUE MATARLOS.”
Luca Torelli, in Torpedo 1936, Enrique Sánchez Abulí, 1982



OFICINA DO CRIME



“Apesar de profundamente enraizada na cultura popular, a literatura policial sempre foi considerada menor. É evidente que a sua remota origem no romance gótico inglês, que depois evoluiu para a edição em folhas avulsas (blue books, em Inglaterra, literatura de cordel, em Portugal), ou em longos folhetins nos jornais, não lhe garante, à partida, uma grande aparência de seriedade. No entanto, as razões deste prolongado preconceito parecem residir, não apenas nas suas origens populares, mas no facto do género se socorrer, nos seus melhores momentos, da vida e da linguagem comuns. Ora, para as sofridas vestais da cultura, a literatura tem que debruçar-se sobre temas imanentes, socorrer-se de uma gramática manuelina, de uma pontuação arriscada e de um léxico que o pobre leitor médio, penosamente, terá que pesquisar nos dicionários. E se o leitor médio tirar prazer do simples acto da leitura, então isso é apenas divertimento, nunca por nunca literatura séria (ou pura e dura, como certos críticos têm o mau hálito de a adjectivar).”

POLICIAL, a grande literatura menor



“THE WORLD IS FULL OF COMPLAINERS. AND THE FACT IS, NOTHING COMES WITH A GUARANTEE.”


Blood Simple, Joel Coen and Ethan Coen, 1984


KINOGRAFIAS





Kinoteka Sonora

Sala grande do CHÁ DE HISTÓRIAS, Cacilhas, Mar-Nov 2014. Produçã
de José Xavier Ezequiel e Nuno Bernardo, 2BAD.

Kind of Blue feat. UNDERWORLD
de Josef von Sternberg, 1927
Groovin’ High feat. THE KILLING
de Stanley Kubrick, 1956
Birth of the Cool feat. TOUCH
OF EVIL de Orson Wells, 1958


Cinema Gótico

Ciclo de Cinema Gótico na esplanada do COVIL BAR, Almada, 8-15 Ago 2010. Design de António Bajanca e João Fernandes. Produção de José Xavier Ezequiel e Nuno Bernardo, 2BAD.


Cinema Modernista

Integrado na acção MODERNISMOS, FUTURISMOS, SENSASIONISMO & PÓS, Oficina de Leituras e Outras Actividades, no Auditório Lopes Graça e na Casa da Cerca — Centro de Arte Contemporânea, Almada, Março/Abril 2010. Design de António Bajanca e João Fernandes. Produção de José Xavier Ezequiel e Nuno Bernardo, 2BAD.


Film Noir

Sala de cima do Bar ACERCADANOITE, Almada, Set-Dez 2010. Pesquisa web de Master Bob. Design de António Bajanca e João Fernandes. Produção de José Xavier Ezequiel e Nuno Bernardo, 2BAD.





Ciclos da Gandaia

Ciclos de Cinema no AUDITÓRIO DA COSTA DA CAPARICA, organizados pela Associação Gandaia e Outros Olhares, 2012-14. Design de João Fernandes. Produção de José Xavier Ezequiel e Nuno Bernardo, 2BAD.

Film Noir em Agosto, 2012
Cinema Gótico, Out 2012
Modernismo, A Construção
do Cinema, Jan 2013
Jacques Tati, Fev 2013
Distopias, Abr 2013
O Cinema Italiano, Fev 2014



“A MAIOR DE TODAS AS CRIAÇÕES DO SER HUMANO
É A CIDADE.”


Rubem Fonseca, José, 2011


FADÁRIOS





Bairro Alto, era uma vez

Estava aprazada uma boa festa nesse antigo bairro popular. Com comes e bebes, música variada e votos de um ano melhor que este. O vírus, esse malfadado vírus, não deixou. Que não seja por isso, podem comprar na mesma. Tipo presente do natal. Para vós mesmos ou mesmo para os vossos entes mais queridos. Quem leu diz-me que é uma leitura bem passada.
De boa memória para uns, de má vida para outros. Como se costuma dizer, quem não se lembra dos anos 90
é porque não estava lá.


Pré-leitura

Um dia, era o chuvoso Outono de 1998 quase no fim, descobri quase sem querer o Novyork. O nome fisgou-me logo. Atirei-me ao porteiro com um polido boa-noite. Este, fardado com o rigor de naftalina dos antigos comodoros de estação ferroviária, fez-me sentir num tribunal de polícia a responder por desacatos na via pública. Os seus olhos, onde as cataratas e a pinga haviam entretanto desenhado milhares de minúsculas estrias vermelhazuladas, executaram-me um rápido movimento de câmara da cabeça até aos pés. E disse Muito boa-noite faça o favor de entrar.
  Ler mais



“Tens a visão sulfúrica das personagens que eu só encontrei no Chandler, no Hammet e, por vezes, no Spillane.”
Dennis McShade

“Deliciosamente cínico!
O que é refrescantemente invulgar face à cansativa e entediante prosa do politicamente correcto e de algum humanismo hipócrita
que grassa por aí...”
Cláudia Sousa Dias

Carinho de compras


“YOU MUST STAY DRUNK ON WRITING
SO REALITY CANNOT DESTROY YOU.”


Ray Bradbury, Zen in the Art of Writing, 1973



altermundo





Jose Xavier Ezequiel

Texto

UMA AVENTURA
TECH NOIR

“Quando a rede  começou a expandir-se, ainda não há meia dúzia de décadas, toda a gente desatou a pensar — Eis um novo caminho para a Liberdade. O problema é que a Liberdade tem sempre um preço. Ao contrário das casas dos automóveis dos electrodomésticos das coisas quase todas, não há Liberdade a crédito. A Liberdade não dá lucro. Não há time sharing para quinze dias de Liberdade por ano. Nem prestações nem taxa fixa nem juros bonificados nem spreads negociáveis nem benefícios fiscais. É preciso dar garantias. Reais. Hipotecar a alma, por vezes o corpo. E pagar juros. Demasiado altos como sempre são todos os juros. Usuários, injúrios. Pela única coisa que deveria vir mandatoriamente incluída no pacote vida. Com garantia vitalícia e assistência pós venda. A Liberdade.
Ecce femina. Na volúpia do momento parece que decididimos outra vez ignorar que as utopias tendem, quase sempre, a transformar-se em distopias. E esta move-se. Depressa, muito depressa. Autodeterminou-se, autogerou vida independente, apropriou-se dos meios, definiu os seus próprios fins, criou as suas próprias leis.


Rui Silvares

Ilustração


Uma nova ordem tão pouco urbana que um visionário canadiano com inegável sentido de humor lhe chamou — Aldeia Global. Uma teia ninfomaníaca onde ver é ser visto e praticamente tudo se processa e se compra e se vende e se devolve e se recompra e por fim novamente se recicla. Bolachas sem glúten. Cannabis sem sementes. Sexo sem álcool. Crédito sem juros. Chocolate sem calorias. E cem milhões por minuto de exuberantes operações especulativas nos irracionais mercados de futuros.



Carinho de compras



 

 


No princípio era o advérbio

Créditos

João Fernandes, webdesign; António Bajanca, design gráfico; Luis Pena, Rui Silvares, Nuno Saraiva, Fernando Martins, Jorge Mateus, ilustração

Criado por all4Mac - © 2025